E o pior é que, mesmo tendo crianças que não chupam bico, e eu achei que minha filha era dessas, antes mesmo de completar dois meses de vida percebemos que ela tinha MUITA necessidade de ... "sugar". Tanto que ela mamava, se satisfazia e continuava chupando... chupava meu braço, meu pescoço, chupava os braços do pai dela.. e quando botávamos no peito para ela sugar alguma coisa, ela mamava demais e colocava tudo pra fora, vomitava.
Era uma dúvida, será que ela está com fome? Acabou de mamar e está me chupando... mas era batata: dava mais teta e ela vomitava tuuudo. Ou seja, ela tinha necessidade de sugar algo que não fosse leite, nem braços, nem pescoços... daí lembramos do bico. E foi um santo remédio.

Desde então o bico sempre acalmou. E foi ficando e ela foi crescendo. E quando foi ficando com mais de dois anos, os dentistas já começaram a alertar sobre os riscos do bico avançar para além dos três, tornando irreversível a deformação do céu da boca. Apesar de ela sempre usar bico ortodôntico, eu nunca quis a presença desse objeto indesejado e fedorento.
Então já comecei a planejar uma forma de tirá-lo dela. Mas o pior era que, mesmo ela com quase 3 anos, o bico ainda acalmava muito e a ajudava a dormir. Antes mesmo do natal, ela tinha 2 anos e 9 meses eu conversei com ela de fazermos uma "Festa do Tchau Bico" em que ela iria deixar o bico e ia ganhar uma festa, com balões, doces, bolo e um presente que ela escolhesse, tudo em troca do bico. O problema é que perto da data da festa, ela ficou doente e eu fiquei com pena de tirar o bico dela, por ela estar mais fragilizada.

Outras vezes tentei a técnica de furar a ponta da chupeta para a sucção ficar menor, mais sem graça, até que ela perdesse o interesse, mas não adiantou. Ela ficou com o bico furado um tempão. Além disso, desde os quatro meses, ela tem a péssima mania de colocar o dedo no nosso nariz para dormir. E essa mania tinha que acabar junto com o bico, era demais pra nós.

Então passou o Natal e eu não quis fazer a troca do bico com o Papai Noel, porque não estimulamos que ela acredite nele. Então deixei passar. Mas do aniversário de três anos, fevereiro, não podia passar. Fui conversando com ela, preparando, prometendo mundos e fundos para ela trocar pelo bico no dia do aniversário dela.
Porém, quatro dias antes, tive a brilhante ideia de furar o atual e único bico, pois fazia um tempo que não comprava mais os reservas, para justamente provocar a escassez. Só que o buraco ficou grande demais. E ela ficou muito brava comigo e com o buraco e colocou o bico no lixo do banheiro. Pronto! Eu disse. "Acabasse de dar tchau para teu bico, de vez, não vou comprar outro, e esse está cheio de cocô e xixi".
É lógico que ela chorou na mesma hora, e depois, e depois quando finalmente chegou a hora de dormir. Foi muito drástico e chocante, mas eu não podia mais voltar atrás. Só pude consolá-la e conversar muito com ela. Faltava quatro dias para o aniversário dela e a festa, os presentes, o bolo, tudo ainda não estava ali para a troca com o bico, mas eu tive que explicar, mesmo que para uma cabecinha de três anos, que o bico não iria mais fazer bem pra ela e pra saúde dela, mesmo sendo tão "gostoso".
Por fim falei de tudo que ela ia ganhar como recompensa, de que ela estava crescendo, e que muita coisa ela não sabia fazer sozinha, mas que foi aprendendo quando foi crescendo e da mesma forma ia aprender a viver sem o bico. Que a mamãe e o papai também chupavam, mas tiveram que deixar. Enfim, passaram-se dez dias. Ela ainda tem recaídas, principalmente quando está cansada durante o dia e quer se aconchegar para olhar um desenho, ou ainda na hora de dormir a noite.
Mas está conseguindo! Sem dedo no nariz também! Mas com muito apoio e encorajamento, amor e carinho nessa nova fase. Ficou mais difícil o cochilo da tarde, ela resiste dormir o dia todo, mas em compensação próximo às 21h já está caindo de sono. E assim estamos indo. E aí na sua casa? Quer me contar tua experiência com o bibi? Bubu? Xuxa? Chupeta? Peta? Bico? Chuchu? hahahaha
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