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terça-feira, 10 de abril de 2018

De volta à creche

Minha filha frequentou a creche desde um pouco antes de completar um ano. Mesmo eu trabalhando em casa, na época, senti a necessidade de ter um tempo em que eu pudesse me concentrar mais e ela poderia interagir com outras crianças. Tentei a escola pública, mas acabei não conseguindo vaga. Então foi para meio turno (tarde) em uma creche particular de amigos meus.

Ela amou a escolinha desde o primeiro dia, o segundo também e no terceiro... ela chorou. 🙆 Mas foi apenas por alguns dias. Acho que ela percebeu que eu ia embora, e nos outros dias ela não reparou de tão animada com a novidade. Os choros duraram apenas alguns dias, depois ela voltou a amar ir para escola e ia bem contente. Até acontecia aquele famoso episódio de entrar e nem olhar para trás pra me dar "tchau".

E assim foi até dois anos e pouco, até mudarmos de cidade. Quando mudamos, não consegui creche pública logo na chegada. E era junho. Então ela ficou mais de seis meses em casa, até virar o ano e conseguirmos a vaga. Neste tempo em casa, eu mal conseguia dar sequencia aos meus projetos de trabalho e ainda tinha que entretê-la com muitas atividades, pois ela sentia muita falta das tarefas da escolinha.

Passado esse tempo, praticamente dedicado a ela, e que foi maravilhoso por sinal, chegou a hora de retornar as atividades na nova creche. Agora pública. Agora com 19 colegas ao invés de 5. Agora com novas regras e mais independência. Ela amou voltar à escolinha. Tudo novidade. Nos primeiros dias, novamente, a mesma empolgação e entusiasmo. No terceiro, quarto, agora com três anos de idade, chorou porque viu que a mamãe ia embora.




Ainda é apenas meio turno, ainda trabalho em casa. Mas sabia a importância de que isto ia fazer na vida dela. Foi ainda mais difícil para mim, e talvez também muito para ela. Mas vida escolar nunca é fácil e faz parte do nosso crescimento e formação. As relações humanas!

Agora ela está com professores que não conheço, que precisam cuidar de outras crianças e não vão dar a atenção que ela recebia na outra escola. Professoras essas que mudam a todo instante durante a semana, não mais aquela tia querida de todos os dias. Agora as crianças estão maiores, já sabem mentir, ser malvadas, bater e excluir. Agora ela come por conta própria e pega o seu pratinho e coloca no lugar certo depois de terminar. E VOLTA SOZINHA PRA SALA. Tive um misto de orgulho e medo quando soube disso.

Ela chorou no terceiro, quarto, quinto dia... e meu coração ficou apertado de imaginá-la sozinha em todas essas situações. Mas algo me tranquilizou. Eu passei por exatamente isso e sobrevivi. Alguma coisa meus pais me ensinaram com valores e princípios. Algo não forçado e enfatizado. Mas algo repassado ao longo dos meus primeiros dias de vida. E isso eu fiz!

Dizem que os três primeiros anos são os mais importantes para a criação do caráter e valores da criança. Apesar de tão pequenos, tudo que fazemos está programado na mente deles e nos próximos anos eles só vão reproduzir tudo que aprenderam. A educação, acompanhamento e principalmente amor que vai lhe dar segurança, continuam em casa. E vão estar sempre aqui no seio familiar. Mas a vida lá fora é muito importante para ela, as frustrações, descobertas de medos, desafios, conquistas... enfim, tudo, vai construí-la e eu não posso interferir tanto. 😁

                         

Passado o primeiro "baque", não que tenha sido o último, ela voltou a amar ir para a escola. Depois do almoço já sabe e já está ansiosa para sair. Chega todo dia tímida e sai entusiasmada e agitada. Vejo nos olhos dela que cada dia é um desafio divertido, por vezes não serão tão divertidos assim, mas no final da tarde a mamãe sempre vai estar lá. Para levá-la ao seio da família, para voltar para casa.



Um comentário:

  1. É muito legal ver pela minha neta o sentimento da minha filha na integração com a vida escolar. Valeu Cássia!

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