Alguma coisa está muito errada. E a partir de um documentário comecei a ver que essa realidade explica muita coisa, muita coisa errada que há no mundo. Nunca tinha me dado conta e nem associado nada a reação da Isabel, por exemplo, as fotos dela do parto. Ela reagiu mal, traumatizada, com medo... e na época eu não entendi porquê e nem associei a nada. Mas quando descobri que o nascimento é um momento crucial para o desenvolvimento de ligações cognitivas indispensáveis para VIDA... tive explicações não só pra reação dela as fotos do parto como para questões atuais da sociedade.
![]() |
Nunca tinha parado para perceber, o quão traumatizante pode ter sido, ser arrancada da mãe sem aviso biológico. |
Parece tão óbvio! Como pudemos esquecer que por milênios as crianças nasciam em casa na mão de parteiras? E não venha me dizer que hoje a tecnologia ajuda a detectar problemas e operar mulheres que não podem parir... estou falando de milênios de partos em casa. A tecnologia é ótima, mas entrou num caminho sem volta. A partir do momento que um profissional com um bisturi na mão, o que é ótimo, louvável e admirável sim, pode "escolher" operar em 15 min ou esperar 15 horas de trabalho de parto, ele com certeza "escolherá" a primeira.
E eu digo "escolher" porque teoricamente a escolha é da mãe, que confia 100% no profissional e escuta afirmações duvidosas e tabus contemporâneos como "a criança está muito grande", "está com o cordão umbilical no pescoço" (o que não é impedimento para parto normal), "você não dilatou", "você tem a bacia estreita", "a criança encaixou mas não desceu", "a criança está sentada" (que também não é impedimento)... e muitos outros milhares de argumentos que somam ao medo do primeiro filho, insegurança e instinto materno de proteção.
Pois afinal, quem se interessa em reforçar para cada mãe que ela é capaz, que ela é forte, que ela nasceu pra isso, que o corpo dela e do bebê sabem exatamente o que fazer na hora. Quem vai encorajá-la? Quem vai minar a mente delas com verdades ao invés de todos os "e se" possíveis?
Não lembro se contei meu relato de parto aqui, mas queria parto normal até 40 semanas. Mas com 40 semanas e 1 dia minha cabeça cedeu aos milhares de palpites alheios que estão impregnados na sociedade e a falta de incentivo de minha médica, particular, que realizava 99% de partos tipo cesária. Não culpo a médica, mas me culpo. Me arrependo, de não ter escolhido um profissional com posicionamento diferente, de não ter acreditado em mim e no meu instinto materno. Afinal, eu queria parto normal.
Com 40 semanas e 2 dias a Isabel foi tirada de mim. E uma coisa muito séria acontece na natureza quando ela é alterada. Eu não entrei em trabalho de parto, nem eu nem ela estávamos prontas. Podíamos ter ido até 42 semanas. O corpo uma hora reage, pode ter certeza! Hoje eu tenho certeza! Tudo que entra sai. Eu sei que você já ouviu uma história muito triste de alguém que, infelizmente, não foi tudo como deveria ser. Mas essa é uma minoria frente ao número de partos totalmente desnecessários que vem sendo feitos. A ponto de uma mãe escolher cesário antes mesmo de engravidar achando ser mais seguro.
![]() |
Correu tudo bem, mas me arrependo de ter cedido à cesária |
Mãe a natureza é segura. A tecnologia também falha. Acredite mais em você. Você sabia que em trabalho de parto você libera um coquetel de hormônios do amor? E que eles são importantes pra você e para seu filho? Não estou falando dos sintéticos injetados, estou falando dos produzidos naturalmente pelo corpo. Ou você acreditaria em um amor sintético (produzido por síntese artificial)? Um pesquisador americano estuda a relação do instante do parto a uma série de anomalias sociais relativas ao amor, no caso a falta de produção e relação natural dele no parto.
Por exemplo, a medida que surgiu (mais de 500 anos) e se intensificou o número de partos cesários no mundo, crescem e surgem cada vez mais doenças relacionadas a falta de amor como depressão, anorexia, autismo, psicopatia... enfim, e outros casos de pessoas que não sabem lidar com relacionamentos sociais, egoísmo, individualismo... e voltando à depressão, o próprio baby blues. O que é completamente entendível, pois uma mãe que tem seu bebê tirado com 37, 38 semanas com ocitocina sintética na veia, não dispõe de condições naturais de despertar o amor pelo filho, entendem? Se torna mecânico.. Não explica muita coisa pra vocês?
Mulheres, vamos voltar as nossas origens. Vamos acreditar mais em nós. O seu cesário teve amor? O meu teve, mas imagina o quanto mais natural e intenso seria o parto normal. Sempre quis viver muito essa experiência, sei que vai doer, mas o amor as vezes dói, não dói? Evitar sentir dor e privar os filhos da dor também traz consequências sociais muito ruins, vamos pensar melhor.
Aconselho todas as pessoas a verem este documentário e também o filme O Renascimento do parto, para que seja desconstruído este tabu contemporâneo de que parto cesária é melhor. Pesquise mais sobre parto normal, humanizado, com doulas, eles existem em casa e até dentro de hospitais especializados. Infelizmente neste segundo parto não poderei escolher um profissional e pagar pelo parto, estou nas mãos do serviço público e na sorte de pertencer a 50% do índice de mulheres que tem parto normal na rede pública. Mas sigo com fé de que minha segunda menina nascerá da melhor maneira para ela e que nada do que aprendi depois da primeira será em vão.
Quero também mostrar para as mulheres este lado da história que está oculto e sendo abafado, mas que não há um vilão específico. O maior vilão somos nós, nossa pressa, nosso imediatismo, nossa frieza, nossa vontade de resolver as coisas de forma mais confortável... Quero muito ler seu relato de parto, independente de qual tenha sido. Me conta?
Desde que engravidei ate as 9 semanas mais ou menos tinha minhas dúvidas de qual maneira iria nascer meu bebê. Tinha a ideia de parto normal, mas sou muito da opçao de um coração tranquilo e cada vez que pensava em parto normal eu ficava muito nervosa e com medo, meu esposo por fim queria minha tranquilidade e não queria que eu sofresse as dores do parto mas também nao me proibiu de escolher. Decidi então a Cesária, passei toda minha gestação muito bem, cada consulta uma alegria. Ganhei o Nathan com 38 semanas e 5 dias um rico bebe de 3.255kg e 46cm ... Meu médico em todo o tempo foi um pai, me deixou a livre escolha do meu parto. Creio que vivi uma das minhas melhores experiências. Amo demais meu filho, temos uma relação maravilhosa, quando ele nasceu ja veio pros meus braços e foi instantâneo ele parou de chorar pois ouviu minha voz. Foi lindo! Minha recuperação foi maravilhosa, em 6 dias eu tava mt bem e dali por diante só seguiu no msm ritmo. Meu relato é esse, respeito todas as opiniões e creio que cada uma busca o que é melhor pra si. Ana Elisa virá da melhor forma possível e já e mt amada por todos ❤
ResponderExcluirLisandra
Temos que regar nossas florzinhas com muito amor mesmo. Este mundo é tão cruel e está correndo pra falta de amor e de Deus. As circunstâncias nos tornam mecânicos, frios e egoístas. Graças a Deus e Jesus Cristo conhecemos a fonte do amor verdadeiro e isso me dá esperança. Como viste, não fiquei tão feliz assim com o resultado do meu parto, porque não era algo que eu queria antes e muito menos agora, mas tenho fé de que tudo será como tem que ser mesmo. ��☝ e é claro, não tem como não se apaixonar por nossas coisinhas fofas, o amor cresce a cada dia. ❤
Excluir