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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Nascemos mãe?


Sempre fiz parte do time das mulheres que sonharam com uma carreira brilhante acima de quase tudo. Pensava que a vida devia ter uma sequência óbvia, em que a mulher deveria buscar sua estabilidade profissional, mas amor, casa e filhos, confesso que nunca estiveram nos meus pensamentos como um objetivo ou algo que eu sonhava em alcançar. Romantismo nunca foi meu forte. Aí vem a vida ou Deus e te mostra que estamos em constante mudança e que essa sequência cronológica tão óbvia para mim nunca existiu, estava enganada.

Após os primeiros anos de casados, vida profissional acontecendo, marido voltando a estudar, pois optou por mudar de profissão, projeto da casa em andamento e o tal relógio biológico começa a despertar! Assuntos sobre filhos começam a fazer parte dos nossos diálogos. Já não estava dando tanta importância assim para a estabilidade profissional. Pra falar a verdade, concluí que o que me motiva é justamente a incerteza, o frio na barriga de sonhar um pouco mais, enfim, talvez uma eterna insatisfeita. No entanto, essas conversas tinham um tom de futuro, e por vezes parecia algo frio pra nós, não sentia aquela emoção ao falar de maternidade, tão pouco sentia emoção nas palavras dele, não conseguia entender porque as pessoas costumam se emocionar tanto com algo muito mais fisiológico do que psicológico.

Sendo bem honesta, aquela balança dos pontos positivos e negativos parecia pesar para o lado negativo (parece um drama, mas acredito que muitas mulheres pensam de forma racional sobre esse assunto), mas a cada dia e com a frequência desses assuntos, eu comecei a desejar ser mãe, ficava horas imaginando a minha família completa, parece que alguém mudou algo dentro de mim, pois eu decidi que queria ser mãe....

Passados alguns meses, menstruação atrasada, resolvemos fazer o teste de farmácia, nós dois apenas ríamos sem parar, me senti uma adolescente comprando aquele exame, não parecia eu, aquela racional que imaginava haver o período ideal, a casa pronta e todos os diplomas na parede como troféus, mas os dois “tracinhos” apareceram. No outro dia realizei o exame de sangue e ao final da tarde fui buscar e alí estava aquele valor altíssimo de HCG (Gonadotrofina coriônica humana). Naquele momento esqueci meus conhecimentos sobre genética, fui direto para a internet, confirmei a gravidez.

Eu e o Mateus nos abraçamos, rimos muito, mas não rolou uma lágrima, foi um misto de sentimentos, mas pensava que se eu estava grávida porque não poderia ficar radiante de alegria, contando aos quatro ventos? Afinal de contas não era proibido, estava tudo certo.

Queria me debulhar em lágrimas, mas nada, a ficha não caiu naquele momento. Fui tão racional, liguei para a médica, marquei exames, fiz tudo como manda o figurino, só que esquecia que estava grávida e isso levou algumas semanas.

Hoje que estou com 29 semanas e 4 dias posso dizer que sou outra pessoa. Eu não paro de pensar na minha filhinha, parece que ela já está aqui, eu faço tudo pensando nela, imagino cada fase da vida. Eu não sou mais prioridade para mim mesma e essa sensação de desprendimento da própria vida e do meu próprio egoísmo é muito boa, é inexplicável.

Continuo a vida a mil, sempre sonhadora, não larguei meus sonhos pessoais nem profissionais, tudo está acontecendo no seu ritmo, mas agora entendo que é no ritmo da vida e não no meu. Estou muito mais feliz e não sei como pude não desejar desde sempre algo divino: ser mãe.

Me sinto grata por isso, é uma nova fase..

Por ora é isso, espero que curtam meus relatos!!!

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