Pesquisar este blog

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O leite está na cabeça

Digo por experiência própria: É muito importante que a mãe tenha certeza de que consegue amamentar seu bebê, não importa o que os outros dizem, e eles dizem, colocam dúvidas, nos deixam inseguras. 

Mamãe não há alimento melhor para seu filho e, SIM! Você consegue!

Desde a primeira consulta no pré-natal minha médica disse: "Não importa o tamanho do frasco (se referindo ao meu seio pequeno) o leite está na cabeça". E eu me abracei nessa verdade e me agarrei nela até hoje e quero continuar amamentando quando voltar a trabalhar.

Com a informação certa seu seio não vai rachar e nem vai doer. Fiz tudo certinho e deu certo! Me mantive confiante e minha bebê mamou na primeira hora de vida, eu sabia que ela dependia disso.

Isabel mamando no hospital, com a pega correta no segundo dia de vida

PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO
Drauzio Varela – Como é a dinâmica da produção do leite materno? 
Keiko Teruya* - A sucção desencadeia um reflexo hormonal: a prolactina (hormônio produzido pela hipófise) promove a produção de leite e a ocitocina, sua descida para a região da aréola mamária. O espantoso é que toda a mulher pode produzir leite mesmo que não tenha gerado a criança que suga seu peito e, quanto mais ela suga, mais leite aparece. Para ser didática e simples, digo às mães que, enquanto o bebê mama, um carteiro leva uma mensagem para a cabeça dela avisando que lá embaixo tem gente precisando de leite. Se a criança reclama – “Mãe, aqui não está saindo leite” -, o mensageiro transmite nova ordem ao cérebro materno – “Solte o leite” – no que é logo obedecido.
Drauzio – Esse mecanismo pode ser alterado de forma que algumas mães apresentem dificuldade para amamentar e produzir leite?
Keiko Teruya – Se a ocitocina não passasse pelo hipotálamo, não haveria tanto problema. Acontece que ela passa e quando a mãe está nervosa, tensa, cansada, levou um susto ou teve um grande aborrecimento, um bloqueio impede-a de soltar o leite. A expressão “esconde o leite” reflete bem o que ocorre nessas situações. Entretanto, se a criança continuar sugando, novo comando será transmitido ao cérebro da mãe que deixará o leite fluir.

AMAMENTAR NÃO DÓI
Drauzio – Como é possível manter essa tranquilidade se algumas mulheres sentem dor enquanto amamentam, porque o mamilo rachou, por exemplo?
Keiko Teruya – A amamentação deve ser absolutamente indolor. Partindo do seu exemplo, o mamilo não racha se a criança for colocada na posição correta e pegar direito o peito. Por que ocorre a rachadura? Ocorre porque a criança não consegue pegar a areola, a parte do seio que não dói. Sempre peço que as mães apalpem suas mamas e lhes pergunto onde são mais sensíveis. Todas as respostas coincidem: o bico é a parte mais dolorida. Fica claro, então, que ali a criança não pode sugar porque vai doer. No entanto, se a criança sugar na região areolar onde ficam os bolsões de leite que devem ser espremidos para liberá-lo, não haverá desconforto nenhum. Se a mulher sente dor quando o filho mama, a dinâmica da sucção deve estar incorreta.

LEITE FRACO E LEITE FORTE
Drauzio – Algumas mães dizem — ah, meu leite está aguado — e suspendem a amamentação ou completam as mamadas com mamadeiras. Existe leite materno fraco ou forte?
Keiko Teruya – Não existe leite fraco ou forte. Existe leite bom para a criança. Às vezes, as mães consideram seu leite fraco porque o comparam com o leite de vaca, que é mais denso e consistente o que, de certo modo, o torna impróprio para o ser humano. O bezerrinho, em um ano e meio ou dois, deverá ter-se transformado num animal adulto. O ser humano precisa de 16 a 18 anos para completar seu ciclo de desenvolvimento.
Por que as mães acham que seu leite é fraco? Porque, quando a criança toma mamadeira, parece que fica mais tempo sem fome e dorme mais. Isso acontece porque a digestibilidade do leite de vaca, cujas moléculas são maiores, é muito lenta e provoca uma sobrecarga nos rins. A criança se sente como o adulto que comeu uma feijoada: de estômago cheio e sonolenta, largada. As mães não costumam estabelecer essa relação e julgam que seu leite está fraco.
Além disso, ao contrário do leite de vaca, que é inerte, o leite humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna aos agentes infecciosos.

*Keiko Teruya é médica pediatra e professora da Faculdade de Medicina da Fundação Lusíada de Santos. 

O bebê tem que estar com a boca bem aberta, se não tiver, retire a mama da boca até que ele abra bem


Nenhum comentário:

Postar um comentário